Porém, entre os poucos livros que mais vendem e mais procurados no Brasil são os livros de auto-ajuda. Com suas formulas práticas e simples da busca de felicidade e bem estar, os livros vira e mexe se encontram na ponta superior da lista dos mais vendidos e ficam lá por meses e meses, geralmente substituídos por novos lançamentos de......auto-ajuda. Os autores procuram juntar em algumas dezenas de páginas aspectos mais comuns do ser humano, permitindo abranger o maior número possível de pessoas. Vários motivos são apontados para o sucesso de venda, desde seu baixo preço, principalmente comparado com o valor de consultas com profissionais, até a procura das pessoas para preencherem uma lacuna existente em suas vidas e a busca de desenvolvimento humano.
Analisando essa situação, o que mais me chama atenção é que o pouco tempo disponibilizado pelos brasileiros à leitura se limita a livros de auto-ajuda, não que livros de auto-ajuda sejam negativos ou destrutivos porém sua maneira padronizada, tentando reduzir as particularidades e aflições dos seres humanos em um sentimento único, explicável e resolvido através de formulas simples, não chegam a ser eficientes em sua totalidade. Pois apesar de tratar tudo de forma padronizada e as pessoas funcionarem com uma “base” comum, cada um tem a sua particularidade, suas capacidades e dificuldades distintas sendo assim, o que pode servir para “Paulo” pode não servir para “Pedro”. Enquanto isso grandes literaturas, sejam elas nacionais ou internacionais de ficção ou não ficção, podem causar ganhos inúmeros a todos os seu leitores.
A leitura traz grandes benefícios aos seus adeptos como desenvolver a criatividade, desenvolvimento da escrita, melhor conhecimento da língua local, aumenta nosso repertório de palavras, nos auxiliando em debates e em expressões orais. Algo que um livro de auto ajuda não nos permite, pois todos são escritos de maneira muito simples, não que simplicidade seja um defeito, mas simples na forma de formulação de textos e frases que muitas vezes possuem graves erros tanto de ortografia e de concordância, que nos permite uma leitura rápida e muito superficial, não nos prendendo as palavras, aos seus significados não nos permitindo descobrir o nosso português, de brincarmos com nossa capacidade de construção visual de uma narração.
Sendo assim, será que se nos deixássemos levar pelos grandes benefícios de uma boa literatura, nossas cabeças não iam ficar tão livre para nos relacionar incansavelmente nossos defeitos? Será que uma boa literatura não nos permitira descobrir um novo mundo, um novo conhecimento, abrir novas oportunidades de relacionamentos humanos aperfeiçoado por uma melhor desenvoltura oral, que nos faça descobrir que o porque somos insubstituíveis.